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Leonardo Rivera

Publicado por: Pê Martins em 01/11/2005


Leonardo Rivera. Jornalista e ativista cultural respeitado. Profissional respeitado no meio artístico, ex manager label de duas da maiores gravadoras já existentes no Brasil. Fundador e diretor de A&R da Astronauta Discos, um selo independente que vem dando o que falar já há alguns anos.

Outro velho amigo da casa, Leonardo nos concedeu esta entrevista, onde fala sobre sua história profissional, sobre as dificuldades que um selo independente encontra no mercado, suas expectativas, seus receios e, por fim, dá uma "agulhada" no modelo de gestão cultural adotada pelo atual governo.

Leia na íntegra
 

  Índice:

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Como você começou no jornalismo?

Sou um jornalista formado pela vida. Escrevo desde os 14 anos e passei por todos os jornais da minha cidade, Niterói. Também atuo desde essa época como produtor cultural..

E o pontapé inicial?

No jornalismo, fazendo coluna de cultura para o Lig, um jornal de Niterói. Depois, fui me especializando em jornalismo musical e escrevi para a International Magazine, Backstage e Showbizz.

Na sequência, você foi direto para as gravadoras?

Sim. Fui indicado pela Rita Lee e pelo Roberto de Carvalho para o Marcos Maynard e o Max Pierre, que na época eram respectivamente presidente e diretor da empresa, que logo seria vendida e se chamaria Universal Music. Trabalhei para a PolyGram e Universal, além de ter feito releases para Virgin e Tamborete

E a sua saída da Universal Music?

Aconteceu 2 anos após essa fusão, quando já tinha lançado o trabalho do Seu Jorge, e trabalhado em projetos com Rita (Lee) e Cássia Eller, entre outros.

Direto para a Astronauta Discos?

Saí da Universal e montei a Astronauta Discos, o selo independente que tenho.

Porque Astronauta? Qual o motivo do nome?

O nome é inspirado na idéia de ver antes do tempo, de viajar pelo espaço, de olhar pra frente, e foi inspirado em duas músicas "Space Oditty", de David Bowie, e "2001", de Tom Zé e Rita Lee.

Qual é o aspecto diferencial da Astronauta em relação às demais gravadoras?

Nosso foco é o público jovem, universitário, curioso e interessado em propostas de renovação total dos critérios antigamente adotados pelo mercado..

O primeiro trabalho de projeção do selo foi a banda Autoramas. Ocorreram problemas de percurso ?

No meio dos trabalhos, quando escolhemos juntos o Ronaldo Pereira (da Groove Produções) para seguir com toda a idéia de parceria, eles queriam abraçar o mundo com as pernas e assinaram com o Gil Lopes, da Showbras, com quem eu discuti. Ficaram abrindo para Engenheiros do Hawaii.

O que não é ruim, mas não necessariamente ajuda...

Eu não lançei o Autoramas para abrirem show dos Engenheiros.

E houve algum retorno?

Não, não houve o retorno esperado. E o Los Hermanos cresceu no mercado pop muito mais que os contemporâneos Autoramas..

Isso deve ter acarretado um problema maior entre você e a gravadora...

Mesmo assim, convenci a Universal de investir comigo no Mr Sombra e lancei o segundo CD deles, "Vida Real", sem verba.

De tudo o que foi feito até agora na Astronauta Discos , quais os trabalhos que você mais curtiu?

O primeiro do Autoramas, o resgate antológico de uma das primeiras bandas eletrônicas do Brasil, o Saara Saara, e a dupla Mathilda Kovak e Luis Capucho, dois discos de MPB vanguardista que eu amo muito.

Também estou muito feliz em trabalhar com o Galaxy, banda que tem o Beto Lee (NR: Filho de Rita Lee e Roberto de Carvalho) no vocal e na guitarra, além dos ótimos Gonza no baixo e Edu na batera. São o melhor power trio de rock do Brasil.


E como o Galaxy chegou a você?

Já conhecia o Beto, desde 1995 quando entrevistei a Rita no lançamento de seu ivro "Rita Leerica", para a Showbizz. Depois, fui assistente do Acústico MTV da Rita, em 98, e mantivemos contato por um tempo. Aí perdemos contato, mas o Beto Feitosa, da Revista Ziriguidum, levou um CD´s do selo, que eu enviei pra ele. Voltamos a nos falar e planejamos trabalhar, conheci melhor o Gonza e o Edu e nos entendemos muito bem.

E como vai o trabalho com eles?

O trabalho vai indo de acordo com as possibilidades de uma banda independente. O Beto é marido da Talita, da banda Motores, e vai ser papai agora em novembro. Primeiro filho!

E nas suas horas fora do selo, qual tipo de música você escuta?

Muita velharia, sempre. David Bowie, T-Rex, Beatles, Laurie Anderson... Mas de novidade, gosto de algumas coisas dos Los Hermanos. O Galaxy é realmente uma vigorosa banda de rock nacional, acho que o Ultraje sempre foi legal e a Katia Dotto vem com uma proposta bacana.

Se tivesse que apostar em alguém para um futuro próximo, quem seria?

Acredito que o próximo CD do Johann Heyss, produzido em Nova Iorque pelo Zé Luis, e que sai ainda este ano pela Astronauta, será um disco que vai marcar a cena eletrônica porque é uma mistura de tudo, muito bem dosada.

E a Internet nisso tudo?

Pra mim, são métodos de divulgação e também de venda. Acho importante se trabalhar com o número de visitas no site, downloads temporários pagos e exlusivos

E a pirataria?

Depois de uma semana, faixa comprada no site virará 50 cópias piratas ou mais... Então, não tem como conter...

Então, é necessário pensar em caminhos complementares...

Sim, é trabalhar com produtos exclusivos como camisetas assinadas, imagens exclusivas e som de ensaios e takes. O Antology dos Beatles não causou interesse no seu mega publico mundial? Cada banda, em seu espaço micro público mundial pode crescer se atender com qualidade seu público...

Mas gerir todo o processo e obter resultados deve ser algo quase insano...

E é. Eu mesmo na Astronauta estou longe de atingir o objetivo. É uma barra manter o selo. Na verdade, se não trabalhasse como jornalista, estaria morto de fome, porque não tenho mais patrocínio, de nenhuma grande empresa.

Mesmo em meio a coqueluche dos tons de toque para celulares?

Acho que com o advento dos ringtones, as empresas de telefonia celular deveriam acordar para os selos independentes e patrociná-los.

O que você diria para elas?

Podem me ligar!

Dá para pensar em novos nomes para o cast do selo neste momento?

Estamos precisando de patrocínio primeiro.

Se você tivesse que deixar um recado agora, qual seria?

Sr. Ministro da Cultura Gilberto Passos Gil Moreira, encontre comigo e mais uns representantes de significativos selos independentes e crie um mecanismo em seu Ministério que seja de burocracia zero para a captação de recursos para fomento dos selos independentes. Aliás, depois dê uma opinião sobre o CD do Galaxy que lhe dei quanto esteve no Interculturalidades em outubro, em Niterói. Tá falado?
 

Referências na Internet


    IMusica
    Cast da gravadora
    Orkut
    Fotos
    MySpace

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Comentários para este post

Sirius Hu comentou em 08/06/2009 e diz:

acabo de produzir meu primeiro album...e gostaria de uma luz sobre como avançar a partir daí...www.myspace.com/rimarx


Iuri comentou em 09/10/2006 e diz:

Otima entrevista! Leo alem de ser um otimo profissional é uma pessoa muito generoza!


Celina comentou em 16/11/2005 e diz:

Leo, legal, não sabia que você era tudo isso também, celebridade e tal. Parabéns! E aí, quando é que seu mano vai lançar "tá difícil, tá uma barra..."? Beijos, Celina.



 
 

     
     
 
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