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AlvinL

Publicado por: Pê Martins em 01/06/2005


Entusiasta dos estúdios de gravação, avesso às apresentações ao vivo, compositor consagrado no cenário pop brasileiro, AlvinL vem colecionando sucessos desde o final da década de 80, tendo canções gravadas por, dentre outros artistas, Marina Lima, Leila Pinheiro, Leoni, Dinho Ouro Preto, Capital Inicial, Toni Platão e Ana Carolina.

Formou, em meados da década de 90, o Sex Beatles (banda com a qual lançou os trabalhos "Automobília" e " Mondo Passionale"), hoje extinta. É considerado informalmente como sendo " o quinto integrante do Capital Inicial". Chegou a lançar um trabalho solo, "Alvin" e atualmente, dedica-se exclusivamente à composição de novas canções.

Confira agora o nosso papo com ele.

Leia na íntegra
 

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Como foi o início da vida de compositor?

Minha primeira música gravada a ser um sucesso foi Mickey Mouse em Moscou, com o Capital Inicial, em 90. Mas o primeiro GRANDE sucesso foi "Eu não sei dançar", com Marina Lima, em 92.

Que foi um sucesso estrondoso na época…

A sensação foi de espanto porque a música meio que aconteceu sozinha, sem que a gravadora trabalhasse muito. Fora isso, me deu a certeza de que estava no caminho certo.

Como acontece essa química?

Cada caso é um caso, as pessoas tem diferentes métodos e gostos para compôr. E mesmo assim cada música acaba sendo feita de uma maneira diferente da anterior…

Mas o foco mudou…

Hoje em dia as músicas são feitas com um objetivo especifico (um CD , um show, etc…). Acho que meus dias de compor só por compor acabaram.

O que não impede que o processo ocorra…

O processo é sempre prazeiroso e razoavelmente fácil, já que graças a Deus trabalho com profissionais talentosos. Às vezes faço a letra, às vezes a música e, as vezes, tudo. Adoro todos os meus parceiros.

E o que te influenciou?

Por ser bilingue e ter crescido nos anos 70, minhas influências são basicamente anglo-saxônicas. Cresci ouvindo Beatles, Stones , Bowie, pop de rádio etc...

O que você tem escutado ultimamente?

Montei recentemente um Home Theater preparado para áudio de altissima qualidade, por isso tenho escutado muitos lançamentos em DVD-Audio e Super Audio CD, como o Pet Sounds dos Beach Boys e A Night at the Opera, do Queen. O som é fantástico e as mixagens em 5.1 são de enlouquecer.

Porque você não se esforça muito para chegar à mídia?

Acho que por preguiça mesmo. Nem sei se quero chegar à “midia”.

É que isso parece tão contra-mão...

Tenho uma vida absolutamente completa e confortável como compositor, sem nenhuma das coisas ruins que vem com a fama. Minha única razão neste momento para estar na mídia seria ter mais músicas gravadas, mas realmente prefiro trabalhar devagar, o que significa maior qualidade e controle do que faço.

O Capital Inicial é o grupo que mais gravou músicas suas. Como é a relação com a banda?

A melhor possível. Conheço eles desde o começo dos 80, bem antes da fama, e somos mais amigos do que parceiros musicais.

Isso não é complicado?

Sei que é perigoso misturar amizades com negócios ( tudo que envolve o Capital Inicial envolve dinheiro, gravadoras , editoras, advogados, etc…) mas temos ido muito bem, e nos esforçamos para respeitar e separar essas partes.

Mas o Dinho e você são grandes amigos, e isso não impede que ele viva curtindo com a sua cara, dizendo que você é um péssimo guitarrista (risos)...

Pois é, né ? (risos).

Até parece que ele toca melhor que eu! Na verdade não sou nenhum Jimi Hendrix, mas ele não precisava espalhar isso por aí... Cachorro! (risos)


E os Sex Beatles?

Os Sex Beatles acabaram em 1996, depois de dois CD´s , muitos shows e gargalhadas. Como não era uma banda rentável, resolvemos acabar quando ia começar a ficar sem graça. Por isso ainda somos todos ótimos amigos e temos um imenso carinho por essa época das nossas vidas.

Mas após o fim da banda, as coisas começaram a mudar…

Pois é. O resultado é que os SB viraram cult, as músicas são regravadas, e a banda finalmente começou a dar retorno material.

Foi o lado bom do fim.

E o melhor de tudo, não temos que fazer mais nada e preservamos o amor que temos uns pelos outros.

Qual o seu habitat natural: Palco ou estúdio?

Estúdio. Nunca gostei de fazer shows, nem divulgação, nem nada do trabalho periférico decorrente da criação musical. Vim a este mundo para criar e não para executar.

O incidente com o Dado (Villa-Lobos) (NR: Uma discussão pelo fato do Dado ter gravado com o Tony Platão uma canção do Alvin que estava prometida a terceiros.) está superado?

De certa forma sim. Enterramos o assunto mas não somos nem de longe os amigos que éramos. É uma história longa, complicada e tem vários lados. Não sei se vou conseguir perdoar ele algum dia, mas não quero mal nenhum a ele nem ao Tony. São aguas passadas, escolha uma estrada e não olhe pra trás (responde citando uma letra de uma de suas canções gravadas pelo Capital Inicial).

E agora, o que você está fazendo?

Eu e Dinho estamos compondo novas músicas para disco de inéditas do Capital, que deve sair no final de 2006.

O ritmo está mais lento?

Bem devagar e quando bate a inspiração. Mesmo assim ja temos uma meia dúzia. Devo começar a fazer umas novas com a Marina (Lima) em breve. Fora isso, aproveitando a vida.

Como foi o processo de seu disco solo?

Foi muito bom , porque foi fácil e sem pressão.

E a gravadora?

A gravadora me apoiou e me deixou em paz durante todo processo de composição e gravação.

O resultado?

Foi um sucesso artistico mas não deu muito retorno, principalmente pela minha inabilidade e relutância em lidar com o que acontece depois que o trabalho está pronto.

Você pretende repetir a experiência de um trabalho-solo?

Não gosto de dizer nunca, mas não tenho nenhuma intenção de gravar mais discos.

A idéia do MP3 e outros formatos de áudio, te assusta, enquanto compositor?

Pra falar a verdade, não. Fui um dos primeiros entusiastas do assunto, cheguei até a escrever uma coluna mensal numa revista de informática, nos primórdios do Napster.

Depois o assunto virou lugar comum...

Depois cansei, afinal o som é ruim para um ouvido como o meu.

No final, CD é sempre CD…

Acho que as pessoas vão sempre querer ter o CD.

Mas o mercado não caminha em sentido de convergência?

A indústria passa por uma crise periodica de adaptação e não tem nada, nenhum movimento musical interessante acontecendo. Apenas casos isolados. As gravadoras estavam acostumadas a viver de “ondas” tipo rock 80, sertanejo, pagode etc...

O que não impede as coisas de irem acontecendo...

Como disse, vivemos uma época de casos isolados. O que vende discos hoje no Brasil é o artista, não o gênero musical. O que eu francamente acho muito sáudavel.

Mas costuma-se dizer que o mercado atual é ruim para a cultura...

Voce já reparou que nunca se lançou tantos CD´s e livros no Brasil ? Sejam independentes ou de marca, nunca se lançou tanta música no pais. Então, só pode ser bom para a cultura em geral.

E dá para viver de música, na concepção mais romântica do termo?

Posso afirmar categoricamente que sim. Vivo exclusivamente de direitos autorais, tenho uma vida confortável, sou dono da minha casa e pago minha contas em dia sem sacrifícios.

Você é um exemplo extremo.

Claro , tive sorte, mas isso tudo é resultado de 15 anos de trabalho também.

Digo isso por você ter tido acesso a grandes ícones contemporâneos.

Tenho a sorte de compôr com os grandes da minha geração. Compús só duas músicas com o Renato Russo, gostaria de ter feito mais. Adoraria ter composto com Cazuza também, mas...Bem, seria pela simples vaidade de compor com gênios. Nada garante que o resultado teria sido bom.

Algum desejo ainda não realizado?

Tenho o desejo secreto de um dia compôr uma balada de partir corações e ver a Nana Caymmi cantando ela. ;)

Carpe Diem

 

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