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Um pequeno ensaio

Publicado por: Bruno Gouveia em 14/10/1999


Mais do que um exercício de futurologia, é um ensaio sobre possibilidades, anseios.

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Será que ouvirei todas estas músicas que ouço hoje no futuro? Era o que sempre me perguntava ao notar que minha coleção já ultrapassava os 200 discos. Quando passei a realmente ouvir música, ou seja, quando passei a escolher que músicas iria ouvir, já tinha 14 anos e achava que tinha começado tarde.

Os anos 80 estavam começando : Police no auge, U2 engatinhava e a Blitz surgia com Você Não Soube Me Amar. Era difícil entender todo o movimento do rock em tão pouco tempo, ainda mais com quatorze anos. Foram meses ouvindo discos de amigos, aprendendo a gostar de Led Zeppelin, descobrindo Beatles, Stones e Pink Floyd, Queen e Yes, Little Richard e Bill Halley, ao mesmo tempo em que me inteirava da New Wave e Punk . Fico pensando hoje como explicar tudo para um garoto de 15 anos, por onde começar, que discos comprar...

Fui tratando de comprar meus discos de vinil em sebos ou gravando em fitas cassete na casa dos amigos. Em dois anos acabei chegando aos primeiros cem títulos. Sete anos depois, comecei a comprar meus primeiros CDs. Já tinha mais de 600 álbuns e, no começo, foi penoso trocar os discos de vinil pelos novos disquinhos prateados. Em alguns anos passei a me conformar com a idéia e mesmo sem ter trocado todos, os principais álbuns agora já não tocam mais em minha antiga vitrola...

Uns dias atrás pensei que se quizesse ouvir todas as músicas de meus CDs acabaria levando mais de um ano para fazer isto! Vejamos: o ano tem 365 dias com 24 horas de 60 minutos. Se eu quisesse ouvir todas as músicas de meus CDs sem repetir uma que fosse durante 8 horas por dia, todos os dias, ainda seriam necessários 3375 discos de 12 canções de três minutos e meio, aproximadamente, para que eu cumprisse a meta! Ou seja, ainda me falta uma boa quantidade para minha modesta coleção.

Por outro lado, isto me fez pensar sobre o destino das pessoas daqui a 10 anos com discotecas de CDs ultrapassando a casa de 1500 títulos, entre lançamentos e heranças de família. Onde guardar em casa tantos disquinhos?

Talvez os CDs estejam com seus dias contados por um motivo que ainda não cogitamos, em plena efervescência do MP3: a falta de espaço. Futuro será sinônimo de população na casa dos 10 bilhões, apartamentos cada vez menores e espaço planejado. A digitalização talvez venha como um bálsamo para os lares infestados de discos em todos os cômodos. Um Pentium III daqui a 3 anos será uma máquina totalmente obsoleta, mas ao mesmo tempo, extremamente útil para abrigar um HD de alguns gigas, contendo um database de músicas, digno de uma jukebox da década de 50.

Mais que isso, imagine agora você comprando um aparelho de música digital (evito falar em mp3 já que o formato de música no futuro poderá atender por novas siglas) que já vem de fábrica com os standarts da música embutido em seu HardDisk interno. Você escolhe o estilo e paga um preço pequeno para ter coleções de jazz, rock, bossa nova etc... Um visor apresentaria a capa do disco e diversos detalhes sobre a gravação embutidos em um arquivo de dados. O aparelho ocuparia em uma prateleira o que hoje você guardaria em uma super estante. Você ainda poderia fazer buscas pelos títulos através de um console, usando como referencias os músicos, intérpretes, discos, ano, gravadora, etc.. Um microfone poderia captar sua voz e interpretar as notas que você cantasse para encontrar aquela música que você só sabe o refrão na base do lálálálálá...

Diretamente ligado à Internet, o seu jukebox poderia também baixar as músicas novas pro seu HD. As músicas seriam baixadas dos sites da própria empresa fabricante do aparelho, em parceria com as gravadoras. O custo seria reduzido. Não seria de graça mas sairia tão barato que mais valeria a pena você usar o aparelho para realizar tal tarefa - inclusive baixando através de uma super conexão T1 em um piscar de olhos - do que usar seu micro para então carregar a faixa no seu jukebox. O fato de você saber que estará contribuindo com os artistas que tanto curte também será um fator estimulante. E digamos, quanto mais voce baixar, menos você pagará. Legal? Legalizado!

Tudo isso não passa de exercício de futurologia e sei que já ouvimos falar de passeios à Lua nos fins de semana em 1999, mas porque não dar uma de Nostradamus ou Júlio Verne ? Façam suas apostas : o jogo está começando, o século se despedindo e o baile não tem hora para acabar!

 

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